Levantamento Documental: Plínio Süssekind Rocha (1970-1979) | ||
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# | Transcrição | Periódico |
1 | "LIMITE O HOMEM E SUA ILHA Talvez o maior mito dos tempos heróicos do cinema brasileiro, Limite é Limito para muitos. Exibido pela última vez em 1949, numa sessão fechadíssima, o único filme de Mário Peixoto só agora vem sendo recuperado pela dedicação de Plínio Sussekind Rocha, Saulo Pereira e Manuel Ribeiro. Consagrado por Eisenstein e Welles, Peixoto vive sozinho em sua fabulosa mansão da Ilha Grande, cuidando de orquídeas e borboletas. [...]" | Jornal do Brasil, 23 jul. 1970 |
2 | "O CINEMA NÔVO MORREU, VIVA O CINEMA NÔVO! [...] A luz da confusão A comunidade do cinema nôvo foi sendo formada através de incontáveis e intermináveis brigas entre indivíduos e grupos. "A coisa era muito dividida", recordou Gláuber Rocha há tempos. "O Joaquim Pedro de Andrade e o Saulo Pereira viviam muito metidos com o Mário Peixoto e o Plínio Sussekind Rocha, e tinham idéias de avant-garde na cabeça. O Leon Hirszman só falava em Eisenstein de cor. Foi no Alcazar que eu conheci o Paulo César Saraceni. Cumprimentou a gente e todos ficaram frios." E isso porque, como denunciaria Miguel Borges logo em seguida, o pobre rapaz gostava de Rossellini! [...]" | Jornal do Brasil, 08 jan. 1971 |
3 | "OTÁVIO DE FARIA [...] Otávio de Faria tem fama de homem fechado, carrancudo, ranzinza com o mundo. Nada mais falso. O grande romancista é apenas tímido, reservado, mas muito tranquilo (embora se diga muito nervoso, a ponto de ter de se policiar contra os constantes cafezinhos). [...] Sua paixão pelo cinema permanece, embora tenha sido um defensor do cinema mudo. Aos 20 anos, fundou um cineclube com seus amigos Cláudio Mello, Plínio Sussekind Rocha e Almir Castro. (Era o Chaplin Clube, que publicou como seu órgão oficial a revista Fan, infelizmente desaparecida depois do 13.º número). [...]" | Jornal do Brasil, 28 jun. 1971 |
4 | "Festejo muito pessoal [...] Meu mestre em cinematografia, o filósofo da ciência e professor de mecânica celeste Plínio Sussekind Rocha, só se interessava por um filme brasileiro, Limite, realizado por Mário Peixoto em 1930. Se interessava é dizer pouco. As distinções de Plínio eram drásticas, só via significação brasileira no que contribuísse para o mundo e afora Limite não enxergava outra contribuição, em qualquer terreno. [...]" | Diário do Paraná, 15 set. 1977 |
5 | "Físicos querem a reintegração de seus colegas Professores do Departamento de Física Teórica da UFRJ pediram, ontem, ao diretor do Instituto de Física, a reintegração dos físicos José Leite Lopes, Jayme Tiomno, Sara Castro Andrade e Elisa Frota Pessoa, além da anulação da aposentadoria post mortem do professor Plínio Sussekind da Rocha, todos punidos pelo AI-5. O pedido será examinado pela Congregação. O diretor do Departamento de Física Teórica, professor Luis Pinguellini Rosa, disse que a punição desses professores "causou um trauma até hoje não superado". Para ele, os físicos teóricos que ficaram no Brasil são "uma geração que perdeu a liderança", que era exercida pelo Sr. Leite Lopes. (página 16)" | Jornal do Brasil, 30 mar. 1978 |
6 | "Físicos teóricos pedem a reintegração de professores que foram punidos com AI-5 [...] SEM RESPOSTA "Quando houve a demissão dos professores, eu era ainda aluno de Engenharia Nuclear na COPPE e o Leite Lopes era diretor do Instituto de Física, e em 1968, pouco antes da aposentadoria, começou a instalar os cursos de pós-graduação no Instituto, contando com o apoio do professor Plínio Sussekind", lembra o diretor do Departamento [Luis Pinguelli Rosa]. Nós éramos um grupo de ex-militares, todos saídos voluntariamente do Exército e que tínhamos optado pela Universidade. Éramos assistentes do professor Sussekind, que tinha uma vida muito ligada à universidade e que nunca se recuperou da aposentadoria que o atingiu, pois sua vida caiu num vazio completo. Lembro-me de que o professor Plínio era um filósofo que tinha um amor enorme à discussão. Ele amava os problemas, adorava conversar mas nunca se envolveu em política partidária ou questões ideológicas. Ao ser cassado, ele não entendeu, e ficou anos procurando saber as razões do ato que o atingiu. Esse problema ele não conseguiu resolver e morreu, amargurado, em 1971. [...]" | Jornal do Brasil, 30 mar. 1978 |
7 | "Cientistas pedem por punidos São Paulo - Um novo apelo pela reintegração dos cientistas aposentados pelo AI-5 e a denúncia da existência "ainda hoje de cassações brancas que incidem sobre um grande número de pesquisadores ativos no Brasil" são dois pontos principais da nota divulgada, ontem, pelo Conselho da Sociedade Brasileira de Física. A nota faz um apelo para que os cientistas aposentados "sejam prontamente reintegrados às suas funções públicas, em particular os físicos Mário Schemberg, José Leite Lopes, Jayme Tiomno, Sarah de Castro Barbosa Andrade e Elisa Frota Pessoa; que seja revogado post morten o ato que aposentou o professor Plínio Sussekind da Rocha". O papel desses professores na formação de pesquisadores necessários ao desenvolvimento científico do país é insubstituível, diz ainda a nota. [...]" | Jornal do Brasil, 13 abr. 1978 |
8 | "Sociedade de Física da USP pede reintegração de cinco cientistas que AI-5 cassou A Sociedade Brasileira de Física, da Universidade de São Paulo, divulgou nota ontem, aprovada em reunião do Conselho da SBF de segunda-feira, em que pede a reintegração dos cientistas aposentados com base no AI-5 [..] O Conselho da SBF pediu também que seja revogado post-mortem o ato que aposentou o professor Plínio Sussekind da Rocha, e autorizou o presidente da Sociedade, Sr. José Goldemberg, a solicitar uma análise de fatos semlhantes ocorridos em outras entidades científicas brasileiras, como as de Matemática, Biologia, Química e Bioquímica. [...]" | Jornal do Brasil, 13 abr. 1978 |
9 | "O cientista é o profissional do questionamento, e não pode sobreviver num país governado por profissionais da obediência [...] - Vale um histórico? A Física surgiu no Brasil como atividade organizada com a vinda de um grupo de físicos europeus nas primeiras décadas do século. Entre eles, Wataghe, que deu origem a uma escola importante, da qual saiu entre outros Mario Schemberg, aposentado pelo AI-5. Em São Paulo, Oscar Sala, José Goldemberg e Marcelo Dami faziam física experimental. No Rio havia outro grupo, com os professores Costa Ribeiro e Plínio Sussekind Rocha. Esse último foi aposentado pelo AI-5. No Rio, de outro centro importante, o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, saíram César Lattes, Leite Lopes, Jaime Tiomno. Os dois últimos também "aposentados". Aliás, os físicos importantes foram aposentados pelo AI-5, o que quase liquidou a vanguarda da Física no Brasil. Eram pessoas independentes, críticas, brilhantes, incômodas. [...]" | Jornal do Brasil, 12 maio 1978 |
10 | "MEC vai rever todas as cassações na Universidade [...] O caminho que se abriu com o AI-5 No período de 1964 a 1968, houve casos isolados de demissões de professores, como a dos envolvidos no IPM da Faculdade de Medicina da USP, em 1964, quando o então Governador Adhemar de Barros demitiu seis professores. Mas é em 1969, com o AI-5 em vigor e o Presidente Costa e Silva doente, que 66 docentes de várias instituições são afastados, nos dias 28 e 29 de abril. Os dados são do Livro Negro da USP. [...] A primeira punição atingiu os professores: [...], Elisa Esther Frota Pessoa [...]. E ainda: Jaime Tiomno, [...], José Leite Lopes, [...]. E, por fim: [...], Plínio Sussekind da Rocha, [...], Sara de Castro Barbosa, [...]" | Jornal do Brasil, 23 maio 1979 |
11 | "Limite, livrofilme Uma proeza, plenamente bem sucedida, a realização do livro baseado no conjunto de imagens do clássico Limite, de Mario Peixoto, empreendida por Saulo Pereira de Mello - um livro-filme - em que se procura superar: em parte, a dolorosa impossibilidade de ter em casa, para frequentes revisões, uma importante obra cinematográfica. [...] O prefácio de Octávio de Faria, datado de 1977, crítica o valor de mera legenda, de mito inacessível, que tantos pretenderam atribuir a Limite. [...] A edição do livro se insere no esforço "ainda irrisório em relação ao que o país deve a Mario Peixoto" para salvar fisicamente o filme, divulgar a importância de sua experiência e resgatar da amnésia nacional a figura de seu criador. Além dos trabalhos desenvolvidos por Saulo Pereira de Mello, Octávio de Faria destaca nesse esforço culturalmente heróico - que, antes do livro, envolveu estudiosos dedicados como Plínio Sussekind Rocha - o filme de Ruy Santos O Homem e o Limite. [...]" | Jornal do Brasil, 06 out. 1979 |
12 | "UFRJ vai readmitir 17 professores pela Lei da Anistia Dos 30 professores da UFRJ punidos por atos institucionais e complementares, 17 poderão ser readmitidos (entre eles, o físico José Leite Lopes e o antropólogo e ex-Ministro Darcy Ribeiro), cinco estão além da idade-limite, seis já morreram e dois não querem voltar: Evaristo de Morais Filho e Elisa Ester Maia Frota Pessoa. [...] O levantamento da reitoria indicou que já morreram [...], Plínio Sussekind Rocha, [...]. Neste caso, as respectivas famílias poderão pedir uma atualização das pensões, e o Reitor da UFRJ disse que a Universidade já colocou um procurador à disposição deles, a fim de orientar a forma legal de ação. [...]" | Jornal do Brasil, 27 dez. 1979 |
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