1980-1989

Levantamento Documental: Instituto de Física da UFRJ (1980-1989)
#TranscriçãoPeriódico
1"No Brasil, quase 95% dos físicos estão empregados nos órgãos governamentais - incluindo Universidades e centros de pesquisas - restando apenas 3%, dos empregados, para a indústria. Mesmo assim, as empresas multinacionais foram muito criticadas ontem, durante a mesa-redonda Físicos, Para Quê? [...] De acordo com dados divulgados por outro integrante da mesa, o professor Eugênio Lerne, vice-presidente do Instituto de Física da UFRJ, 3% dos físicos trabalham na indústria; 2,5% nos hospitais e similares; 8% nos centros e institutos de pesquisa; 1% em órgãos governamentais e o resto nas universidades. No Japão, onde existem 15 mil físicos, 12 mil trabalham nas indústrias. [...]"Jornal do Brasil, 12 jul. 1980
2"O Instituto de Física da UFRJ presta dia 22, às 16h, uma homenagem à memória do Professor Plínio Sussekind Rocha, dando o nome do antigo professor à biblioteca do Instituto de Física do Centro de Tecnologia."Jornal do Brasil, 18 dez. 1981
3"Ciência & Tecnologia
A operação de Angra-1
Os erros e os riscos [...]
L. Pinguelli Rosa é professor da Coppe e do Instituto de Física da UFRJ."
Jornal do Brasil, 21 mar. 1982
4"O leitor Especial
Diplomado em burocracia. Com louvor [...] Luiz Felipe de Souza Coelho é professor e pesquisador no Instituto de Física da UFRJ (área de Física Atômica). Mora em Copacabana, Rio, é casado e tem 30 anos."
Jornal do Brasil, 28 mar. 1982
5"Professores querem Canecão para fazer centro cultural
[...] O professor do Instituto de Física da UFRJ, Ennio Candotti, explicou que "não se trata de criar mais um museu, mas de abrir um espaço dinâmico para a comunidade. A idéia é criar um centro cultural que permita maior aproximação do mundo científico universitário com a população. Falta, no Rio, um local onde esteja reunido material audiovisual relativo à divulgação da ciência moderna, o que pode ser feito também através de exposições temporárias, seminários e cursos de extensão".
Nele haveria também "laboratórios abertos aos público onde jovens e adultos pudessem entrar em contato com os desenvolvimento da ciência e da tecnologia". O professor Ennio Candotti entende que "é tempo de se levar ao público explicações mais claras, ilustradas, documentadas, sobre a ciência moderna, mostrando tanto os aspectos negativos quanto os positivos para favorecer a reflexão sobre o seu impacto". Neste centro cultural haveria também apresentações de músicas e artes plásticas, além de uma moderna biblioteca. [...]"
Jornal do Brasil, 24 nov. 1982
6"Físicos
No terceiro ano de funcionamento do seu Doutorado, a Pós-Graduação do Instituto de Física da UFRJ já concedeu, em 1982, dois títulos de Doutor. A Professora Maria Luíza Bedran teve aprovada em maio a sua tese Fluido Perfeito Estático na Teoria de Einstein-Cartan e o professor João Barcelos Neto defendeu este mês a tese Influência das Massas dos Quarks nos Cálculos Perturbativos QCT.
Além dos Doutorados foram concluídos e defendidos oito Mestrados pelo Professores Deise Miranda Vianna, Marta Feijó Barroso, Máximo Ferreira da Silva, Marcelo Gleiser, Gonçalo Rodrigues dos Santos, Marcelo de Souza Alves, Nadya Maria de Souza Prado e Vitória Maria Tupinambá Souza Barthem."
Jornal do Brasil, 30 dez. 1982
7"Com os jovens entrando cada vez mais novos na universidade, o grau de infantilização das turmas é um fato que surpreende os professores. O desinteresse pela leitura e a falta de capacidade para experimentar - fazendo do aluno um mero repetidor do professor - são algumas das críticas apontadas por aqueles que, a partir de março, enfrentarão uma nova leva de universitários. [...] Um pouco mais irônico, o diretor de graduação do Instituto de Física da UFRJ, Rui Pereira, não acredita na tese de que os alunos são infantis. "Acho que os professores é que estão envelhecendo" - comentou, lembrando que há 20 anos a situação era a mesma, pois os estudantes não têm hábito de leitura.
Rui Pereira disse ainda que a qualidade dos alunos que entram nas universidades não baixou: "Ao contrário, acho que as turmas estão mais selecionadas, graças ao número de candidatos, que diminuiu, e ao maior preparo" [...]
Jornal do Brasil, 12 jan. 1984
8"Localizado o inferno
A localização geográfica do inferno sempre mexeu com a imaginação humana, desde tempos remotos, como atestam não só as mais antigas religiões, a mitologia grega, obras literárias como a Teogonia, escrita por Hesíodo, no século IX a.C., mas também poetas como Dante,e filósofos contemporâneos, como Sartre, que pulou por cima do seu propalado ateísmo para dizer que "o inferno são os outros".
Desta vez, porém, trata-se da localização espacial do inferno mitológico, e a tese do professor Mattievich, do Instituto de Física da UFRJ, deixou muito interessados os arqueólogos do Museu Nacional de Antropologia e Arqueologia do Peru, que se declararam "impactados". Eles escreveram uma carta ao professor, manifestando a esperança de que as "coincidências" apontadas se comprovem em pesquisas mais amplas. [...]"
Jornal do Brasil, 11 maio 1986
9"Radiação em alimentos será tema de reunião
O índice tolerável de radiatividade nos alimentos, determinado pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), será discutido pela primeira vez entre membros da comissão e físicos da comunidade científica independente, no próximo dia 27, quando, segundo o curador da Coordenadoria de Defesa do Consumidor, Hélio Gama, "se definirá se esses parâmetros são bons ou não para a população". Atualmente, este índice, estipulado em 3 mil 700 bequeréis, é considerado "muito alto" pelos cientistas brasileiros. [...] Segundo ele, é muito estranho que países como a Itália possuam índices máximos de até 100 bequeréis para alimentos e que aqui no Brasil este índice gire em torno de 3 mil 700 bequeréis. O professor Luiz Pinguelli Rosa, do Instituto de Física da UFRJ, que também participará da reunião do dia 27 na CNEN, acha importante uma "discussão aberta" sobre este assunto."
Jornal do Brasil, 20 nov. 1986
10"Pesquisador lamenta o ceticismo e a indiferença
Não tem sido fácil para o professor Enrico Mattievich encontrar apoio para suas interpretações da mitologia grega. Físico por formação e profissão (é professor de física do estado sólido no Instituto de Física da UFRJ), ele apresentou seu trabalho a arqueólogos, como Maria da Conceição Beltrão, e historiadores, como o professor Pedro Freire Ribeiro, especialista em história da América. Mas foi, surpreendentemente, em outro físico, o respeitado José Leite Lopes, que encontrou estímulo para continuar suas pesquisas.
Leite Lopes publicou artigos de Mattievich em três números da revista Ciência e Sociedade, editada pelo Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas. "O professor Leite Lopes é um homem de mente aberta a novas idéias", resume o agradecido Mattievich. [...]
Tentativa semelhante com os peruanos não deu certo. Mattievich compareceu a congressos de arqueologia no Peru, fez contatos com arqueólogos e historiadores, mas não conseguiu despertar interesse por suas idéias. Não desiste, porém. Agora mesmo está orientando uma tese de mestrado no Instituto de Física da UFRJ, que - embora não tenha relação direta com suas idéias sobre a mitologia grega e a descoberta da América do Sul - poderá abrir caminho para a coleta de novas evidências. [...]"
Jornal do Brasil, 19 abr. 1987
11"Físicos criam na UFRJ primeiro supercondutor do Rio
Uma plaquinha escura cheia de tecnologia
A descrição das aplicações dos supercondutores faz pensar em imagens de ficção científica - trens que flutuam, aparelhos de radiografia que mostram detalhes inimagináveis do interior do corpo humano, usinas de fusão nuclear. Mas um leigo que chegue ao 4º andar do Instituto de Física da UFRJ, na Ilha do Fundão, onde se encontra o laboratório de supercondutividade, pode se decepcionar. As imagens, ali, são prosaicas.
Velhas mesas atulhadas de papéis cercam uma bancada onde os físicos fizeram esta semana a primeira cerâmica supercondutora do Rio. [...]"
Jornal do Brasil, 25 maio 1987
12"Físico acha comida mais urgente que bomba atômica
A produção de antibióticos, hoje totalmente controlada por multinacionais, a proteção e utilização do patrimônio genético, principalmente sementes, para produção de alimentos, e o estudo das migrações, as tensões no campo, na fronteira agrícola e nas cidades são desafios mais importantes e urgentes para a sociedade brasileira do que a questão nuclear, diz o vice-presidente da SBPC - Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, Ennio Candotti. [...]
Japão - Os Estados Unidos adotaram o modelo de desenvolvimento da ciência e da tecnologia a reboque da indústria de armamentos, mas o Japão, não, diz Candotti, professor do Instituto de Física da UFRJ e editor da revista Ciência Hoje. Ele aponta para a importância de todos os cidadãos brasileiros intervirem no debate sobre a questão nuclear, antes que ela se torne irreversível. [...]"
Jornal do Brasil, 15 set. 1987
13"Projeto nacional é que vai indicar caminho amplo à C&T
Ainda que o Brasil venha a dispor de recursos financeiros suficientes para levar adiante um amplo programa de educação para a ciência, que objetive a multiplicação de cientistas e técnicos nacionais, pode vir a se deparar com um problema que hoje sequer faz parte das preocupações de quem pensa no desenvolvimento do setor. Trata-se, nas palavras do professor do Instituto de Física da UFRJ, e vice-presidente da SBPC, Ennio Candotti, de uma falta de "clima, entusiasmo e expectativa de que participar do desenvolvimento de uma nação tem algum sentido". [...]"
Jornal do Brasil, 17 set. 1987
14"Fundão recebe rejeitos do Marcílio Dias
O Instituto de Energia Nuclear (IEN), na Ilha do Fundão, está recebendo todos os rejeitos do Hospital Naval Marcílio Dias, isto é, todo material procedente da enfermaria e da área de descontaminação do hospital - onde estão internadas as vítimas em estado mais grave do acidente com césio 137 em Goiânia -, como seringas, roupas, sapatilhas, luvas e restos de comida dos pacientes contaminados. [...]
O material considerado radioativo será acondicionado em tambores de 200 litros e guardado provisoriamente num depósito a ser construído num terreno do IEN.
O destino definitivo desses tambores será o Ipen (Instituto de Pesquisa Nuclear), em São Paulo, para onde são enviados normalmente os rejeitos do próprio IEN, do Hospital Universitário e do Instituto de Física da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). [...]"
Jornal do Brasil, 07 out. 1987
15"Rio consumirá carne contaminada por radioatividade
[...] Os brasileiros, principalmente os gaúchos, consumiram a maior parte das 100 mil toneladas importadas, segundo informou o presidente em exercício do Instituto Riograndense de Carnes, Camilo Cottens. O bloqueio às vendas começou quando entidades ecológicas intensificaram as denúncias sobre os riscos da radioatividade, entre 0,9% e 2% de bequeréis. Em Porto Alegre, o procurador da República, Amir Sarti, tentou judicialmente, sem êxito, proibir a venda total do produto. Os laudos provando a contaminação foram expedidos pelo Instituto de Física da UFRJ, em 1986. [...]"
Jornal do Brasil, 19 jan. 1988
16"Cientistas se reconciliam mas disputam paternidade da fusão
[...]
Experiência será tentada no Rio
Pesquisadores de várias universidades e institutos do Rio de Janeiro vão reunir seus esforços para reproduzir a experiência de fusão nuclear fria. [...] Ricardo Lopes, da Coppe, Artur Gerbase, do Instituto de Engenharia Nuclear, e Solange Barros, do Instituto de Física da UFRJ, cuidarão da detecção dos nêutrons. Fernando Bastian e Ângela Uhler, da Coppe, cuidarão da parte de eletrólise. Fernando Luiz Barros, do Instituto de Física, ficará com a parte de matéria condensada que envolve as reações do deutério dentro do paládio. [...]"
Jornal do Brasil, 13 abr. 1989

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