Levantamento Documental: César Lattes (1970-1979) | ||
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# | Transcrição | Periódico |
1 | "MINAS NO VALE DA DECISÃO XIV Da lenha às bordas da era atômica [...] A NOVA FÍSICA NO BRASIL Os problemas da física moderna - radiação cósmica, física atômica e nuclear - começaram a ser pensados, tratados e pesquisados no Brasil em 1934, na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo. [...] Aqui na Guanabara, em 1940, Costa Ribeiro inicia a organização dos laboratórios de Física da Faculdade Nacional de Filosofia da antiga Universidade do Brasil. Ainda na GB têm início, em 1946, investigações sôbre a teoria das fôrças nucleares e a teoria dos mésons. Desenvolvem-se as pesquisas de Bernardo Gross, Costa Ribeiro, no campo da Física Experimental, concentrada sôbre o domínio dos dielétricos. [...] Marcelo Damy e Oscar Sala, César Lattes, Jayme Tiomno, Guido Beck, Paulo e Jorge Leal Ferreiras, Souza Santos, Eliza Frota Pessoa, Hervásio de Carvalho, J. Leite Lopes fazem, com saber e abnegação, o Brasil ingressar na era da Física Nuclear. [...]" | Correio da Manhã, 1970 |
2 | "ÊXODO DE CIENTISTAS DO BRASIL: PROBLEMA NÃO É APENAS SALARIO RIO, 1 (Sucursal) - "O cientista no Brasil, sofre pressões de tôda ordem, que o impedem de trabalhar, o que o homem de pesquisa deseja e necessita. Não são promessas de salários altos, porque isso êle dispõe lá fora, mas condições que lhe permitam produzir, sem chefias obsoletas que lhe atravanquem a ação. O problema do êxodo de cientistas, portanto, não se soluciona de forma tão simplista, qual seja a aceitação de promessas de salários maiores". As afirmações são do diretor do Instituto de Cardiologia "Aloysio de Castro", dr. Stans Murad, médico e pesquisador brasileiro que, após anos de estudos em Universidades Norte-americanas, retornou, recusando a chefia de setores de cardiologia nos Estados Unidos, pelo desejo de aplicar seus conhecimentos no Brasil. [...] Essa afirmativa vale para homens como Edson Teixeira - que até hoje tem laboratório em Boston - para Domingos Junqueira, para Eurícledes Zerbini, para Oscar Niemeyer ou para César Lattes. [...] "Se Edison Teixeira, Jesus Zerbini, César Lattes ou qualquer outro aceitasse as propostas que recebem a todo momento e vivessem nos Estados Unidos, teriam dez vezes mais projeção internacional e trabalhariam dentro de condições muito mais favoráveis". [...]" | Diário de Notícias, 2 jan. 1970 |
3 | "OS HOMENS DA CIÊNCIA RIO - Um dos melhores esforços do professor Antonio Moreira Couceiro, presidente do Conselho Nacional de Pesquisas, vem sendo, há longo tempo, melhorar os níveis de vencimentos dos cientistas e pesquisadores, empregados em atividades estatais e nas restantes. Fala-se, agora, em que os cientistas e pesquisadores "passarão a ganhar salário de ministro". [...] Ou então continuaremos a ver, sempre repetido, o exemplo do sr. César Lattes, que, sendo, um dos maiores físicos do século, foi para o exterior a fim de poder ganhar a vida. [...]" | Diário do Paraná, 15 maio 1970 |
4 | "O PARANAENSE César Lattes - hoje um cidadão do mundo, conhecido sobretudo pelas pesquisas em tôrno do méson "pi" e o conceito da "bola de fogo" - é um homem esquecido mas muito honesto. Na 22.ª Reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência - há pouco realizada em Salvador - êle quis ficar quites com a tesouraria da entidade. A secretária da SBPC, em deferência à dimensão científica de César Lattes quis dispensá-lo das anuidades não pagas há seis anos. Lattes reagiu dizendo que o ato seria ilegal e pagou, na hora, centenas de cruzeiros." | Diário do Paraná, 16 jul. 1970 |
5 | "Lates pesquisa em Campinas Amanhã a equipe do professor Cesar Lattes deverá terminar a revelação de seis mil chapas de Raios-X e de 1.500 emissões nucleares feitas na Câmara 15, na Bolívia, a 5.400 metros de altitude, no morro de Chacaltaya. Lattes, que está trabalhando no Instituto de Física da Universidade Estadual de Campinas espera conseguir novos dados para a descoberta do torpedo, ou seja, o processo de desintegração da "bola de fogo"." | Correio da Manhã, 15 set. 1970 |
6 | "César Lattes Gilberto Freyre RECIFE - Se é certo que se está negando ao cientista brasileiro César Lattes a glória de uma descoberta importante no setor, atualmente tão revolucionado, da física, a culpa cabe, em grande parte, ao Brasil. Aos brasileiros em geral. E, particularmente, a governos, instituições de cultura, academias de ciências e, de modo específico a imprensa, a televisão, aos órgãos de informação, aos editores de obras culturais ou científicas. [...] César Lattes talvez deva ser considerado uma vítima e até um mártir de uma mesquinharia em voga, já há anos, no Brasil. [...]" | Diário do Paraná, 20 out. 1970 |
7 | "Campinas trabalha para ser centro de pesquisa do país [...] Universidade de Campinas [...] Um dos seus mais importantes setores é do Instituto de Física, dirigido pelo professor Marcelo Damy de Sousa Santos. O Instituto se divide em Departamento de Alta Energia e Raios Cósmicos, sob a supervisão do físico César Lattes, e Departamento de Física do Estado Sólido e Ciência dos Materiais, que está em formação. Paralelamente, funciona um setor de pós-graduação. [...]" | Jornal do Brasil, 4-5 jul. 1971 |
8 | ""Ciência melhor com nossa criatividade "Desde que não se imite os americanos e soviéticos, usando-se nosso próprio poder gerador e criador, serão excelentes nossas possibilidades de pesquisa científica, no Brasil". A declaração é do físico César Lattes, descobridor do meson-pi e um dos maiores cientistas contemporâneos, que está em Curitiba participando da XXIII reunião anual da SBPC - Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. [...] César Lattes informou, que seus "estudos sôbre as propriedades da bola-de-fogo e dos torpedos, descobertos pela professôra M. S. M. Mantovani". PESQUISAS Na Universidade de Campinas, César Lattes dirige o Departamento de Geocronologia, Raios Cósmicos e Altas Energias. [...] Entre seus planos de pesquisa, César Lattes afirma que pretende dedicar-se à Geocronologia e à Cronologia (idade da Terra, do sistema solar e do Universo), e à verificação de se as leis da Física mudam com a idade do Universo. Êstes estudos são realizados em conjunto com a Universidade de Campinas, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, e Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas. César Lattes afirmou que pretende em breve realizar viagem à Londres, Paris, Tasmania, Tokio e outras cidades dos continentes europeu e asiático." | Diário do Paraná, 8 jul. 1971 |
9 | "NOVOS RUMOS César Lattes vai dedicar-se à pesquisa na faixa geocronologia e à cronologia (estudos sôbre a idade da Terra e do Universo), bem como verificar se as leis da física mudam com a idade do Universo. Sôbre nossas possibilidades no campo científico explica Lattes: "São boas desde que não imitemos americanos e soviéticos, e usemos o nosso próprio poder gerador e criador"." | Diário de Notícias, 15 jul. 1971 |
10 | "Professôr japonês anuncia confirmação soviética à Bola de Fogo de Lattes O cientista japonês Shun-Ichi Hasegawa comunicou ontem, em entrevista coletiva no Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, que o físico soviético N. Dobrotin confirmou a existência da Bola de Fogo, um nôvo estado da matéria evidenciado em experimentos feitos por cientistas brasileiros e japonêses, liderados por César Lattes, Fujimoto e Hasegawa. A Bola de Fogo foi captada em camaras emulsionadas colocadas no Pico Chacaltaya, na Bolívia, que mostraram a existência de uma energia muitas vêzes superior à energia solar, decorrente da interação de partículas elementares dos raios cósmicos. [...] O nome Bola de Fogo foi criado pelo professor russo Gleb Wattaghin, atualmente radicado na Itália, que por mais de 30 anos trabalhou no Brasil, sendo o responsável pela formação da geração de físicos brasileiros da qual faz parte o professor César Lattes. Entretanto, explicou o professor Hasegawa, os resultados obtidos nas experiências de Chacaltaya obrigam a uma revisão integral do conceito dêste fenômeno, que, produzindo energia muitas vêzes maior que as conhecidas, possibilita o aparecimento "de estruturas qualitativamente novas, demonstrando um caráter profundo da natureza, ainda por explorar"." | Jornal do Brasil, 17 set. 1971 |
11 | "MUTILADO [...] Recentemente sôbre a pouca promoção que é dada a cientistas, pintores, musicistas, Gilberto Freire referiu [Diário do Paraná, 20 out. 1970], um artigo publicado pelos "Diarios Associados" à injustiça que está sendo feita a Cesar Lattes (paranaense, por sinal), negando-se, no Exterior, até sua participação na descoberta do méson pi. Atribui a culpa ao próprio Brasil e escreve: "Desaparecido Rio Branco, o Itamarati deixou de ser um centro de informação e de consagração de valores culturais, a serviço do Brasil no estrangeiro - a não ser quando envolvidas figuras ilustres de diplomatas filiados ao próprio Itamarati. "Encontramos na Europa, principalmente, uma confirmação disso, com raras exceções, como na Inglaterra, ao tempo do embaixador Sérgio Correia. Mas as coisas já estão melhorando, mormente com a urgência da modificação dessa imagem negativa, com maior preocupação dos órgãos oficiais sôbre como pode influir na formação da opinião pública. [...]" | Diário do Paraná, 31 out. 1971 |
12 | "Cientista confirma energia Quantum-H Tóquio (AFP-JB) - O professor M. A. Doviotin da Academia de Ciências da União Soviética, confirmou ontem o descobrimento da energia Quantum-H feita pelo japonês Shunichi Hasegawa cujas pesquisas foram continuadas pelo físico brasileiro César Lattes. Os Quanta-H ocorrem quando dois núcleos entram em choque e produzem um grande número de nêutrons. Devido à sua alta energia os Quanta-H foram denominados Os Relâmpagos Cósmicos. Em maio de 1962, atendendo a uma sugestão do Prêmio Nobel de Física Hideki Yukawa, foi iniciado um trabalho de colaboração entre os laboratórios de emulsões nucleares da Universidade de São Paulo e da Universidade de Tóquio. [...]" | Jornal do Brasil, 4 nov. 1971 |
13 | "FÍSICA CONTRA O ATRASO O Instituto de Física da Universidade de Campinas é um centro que estuda desde os novos estados de agregação da matéria às razões pelas quais acabam mais depressa as velas de ignição dos carros. Seu maior objetivo é vencer o subdesenvolvimento. [...] Suas atividades começaram com pesquisa básica, através do professor César Lattes, que dirige o Departamento de Raios Cósmicos e de Altas Energias. [...]" | Jornal Realidade, 1972 |
14 | "Em Poucas Linhas "Fuga de Cérebros" se Repete Aqui no Estado [...] É bastante conhecido nos meios científicos, quão poucos atrativos o Paraná oferece aos seus pesquisadores. O mercado de trabalho, a não ser em alguns poucos laboratórios de escolas superiores, inexiste. A Fundação de Amparo à Pesquisa, tão necessária, ainda não veio; e segundo os cientistas, nas bases em que se pretende criá-la, nada resolverá. O estímulo a pesquisa, excetuando-se esforços isolados de professores abnegados, inexiste. Nomes como os do físico César Lattes ou do matemático Newton Carneiro, são lembrados a toda hora, mas pouco se trabalha para solucionar essa problemática. Cientistas, são de fundamental importância para o desenvolvimento, paranaense, a partir de soluções formuladas dentro da realidade dos problemas regionais. [...]" | Diário do Paraná, 20 ago. 1972 |
15 | "Jacques Danon Chefe do Departamento de Física molecular e Estado Sólido do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, está participando do I Encontro Brasileiro sobre o efeito Mossbauer e suas aplicações, que reúne cerca de 40 cientistas e que termina hoje. - Nosso Centro é pioneiro e ainda mantém a liderança sobre as experiências do efeito Mossbauer, que começou com uma aposta entre mim e César Lattes. Tínhamos combinado de ver quem encontrava primeiro um trabalho de Física que envolvesse o maior número de assuntos da matéria. Ganhei a aposta em 1960, com Física Nuclear, Física do Estado Sólido, Mecânica e Teoria da Relatividade. Com 110 estudos publicados, tendo trabalhado ao lado da filha de Mme. Curie e do próprio Mossbauer (Prêmio Nobel de Física de 1961), Jacques Danon, 46 anos, está voltando de um congresso em Israel e de um convite da Comissão de Energia Atômica em Atenas." | Jornal do Brasil, 29 nov. 1972 |
16 | "Posições sobre a pesquisa são divergentes [...] ATIVIDADE SECUNDÁRIA Do acanhado grupo de saletas (o passado já histórico), iniciativa de César Lattes e de um grupo de físicos de sua geração, até o esqueleto inacabado (as obras estão paradas há seis meses) do futuro prédio, estendem-se os 23 anos do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, ligado à Universidade Federal do Rio de Janeiro, numa história que praticamente se confunde com a própria história da pesquisa científica no Brasil. [...] TRANSFERÊNCIA E PRIORIDADE Um muro de pedras semidestruído, cuja origem vem do antigo hospício, 200 anos atrás, início das construções que passaram a constituir a Universidade do Brasil, no campus da Avenida Pasteur, separa o prédio agora histórico, onde César Lattes fundou o CBPF, do conjunto amplo, de quatro andares, onde o Centro ampliou-se por volta de 1956. Mais atrás estão os laboratórios mais recentes e a promessa de um futuro melhor, no prédio inacabado de seis andares, que necessita de mais Cr$ 2 milhões para ser concluído. [...]" | Jornal do Brasil, 16 dez. 1972 |
17 | "Atenção: nossa pesquisa está seriamente ameaçada Sem verbas e incentivos, com promessas vazias, a equipe de pesquisadores do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas ameaça extinguir-se. Aos poucos, os "cérebros" estão deixando o Brasil A mudança na política de subvenções que o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico empreendeu, em julho do ano passado, atingiu a diversas áreas da pesquisa brasileira. Uma delas, o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas - CBPF -, passou a viver momentos angustiantes e após sucessivas crises foi obrigada a perder vinte de seus melhores pesquisadores. A evasão foi consequência do corte das verbas do BNDE, provocando um clima de intranqüilidade no Centro. Os pesquisadores tiveram seus salários reduzidos e até um corte nas assinaturas de revistas científicas do exterior, foi feito, debilitando nitidamente a estrutura da equipe. [...] Do Barraco ao Edifício... Inacabado Em 1948, o físico brasileiro César Lattes detectou o meson-pesado, material que revolucionou a alta energia. Contudo, jamais poderia imaginar que sua descoberta tivesse perspectivas tão limitadas. Por isso, acompanhado de um grupo de professores que o ajudavam, deixou o modesto barraco que usava na Rua Álvaro Alvim, e, aproveitando-se de sua popularidade na época, fundou o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas - CBPF - na Rua Venceslau Brás. Seu caráter era bem definido: dedicação integral à pesquisa fundamental e ao ensino Pós-Graduação de Física. Apesar de ser uma instituição privada, o CBPF era subvencionado - inteiramente - por fontes governamentais. Isso motivou sua inconstância de produção, que vivia navegando na rota política do governo da época. Contudo, em seus 24 anos de existência, o CBPF soube equilibrar-se nesse barco e hoje em dia é a única instituição brasileira credenciada pelo Conselho Federal de Educação a conceder título de mestre e doutor, em Física. [...]" | Diário de Notícias, 1973 |
18 | "Reator: dúvidas e xingamentos Prossegue acalorado o debate sobre a política nuclear brasileira embora, para quem não lê o jornal O Estado de São Paulo, a impressão seja de que existe apenas um monólogo otimista (e por vezes inexplicavelmente vituperativo) do presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear, Hervásio de Carvalho. Até agora, o ponto mais agitado da discussão foi alcançado dia 19 último, quando o presidente da CNEN acusou O Estado de São Paulo de deturpar o problema e xingou o professor José Goldemberg, diretor do Instituto de Física da USP e autor de diversos artigos criticando a política atual ("José Goldemberg... chamou o reator de Angra dos Reis de uma caixa preta. Caixa preta é a cabeça dele"), acusando-o ainda de querer se promover para ser ministro. O que motivou a explosão do presidente da CNEN foram as repetidas críticas (aliás, apoiadas por físicos como Cesar Lattes e Marcelo Damy) feitas ao projeto de Angra dos Reis e veiculadas principalmente nas colunas daquele jornal. Que críticas são essas? Primeiro, a de que a compra do reator não faz parte de um programa coerente de desenvolvimento da tecnologia nuclear [...]" | Jornal Opinião, 1973 |
19 | "Críticas encerram a reunião de cientistas O protesto do professor Paulo Ferraz de Mesquita contra o que classificou de "abuso da direção da Sociedade Brasileira de Física, convidando membros do setor nuclear do Governo a participar de mesa-redonda, sem consultar os membros da Sociedade", foi o destaque da sessão de encerramento da XXV Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, na manhã de ontem. O pronunciamento do professor Mesquita, titular da cadeira de Geodésia da Universidade de São Paulo, ganhou o apoio do físico César Lattes. [...]" | Jornal do Brasil, 15 jul. 1973 |
20 | "Pesquisas de César Lattes na Bolívia podem revelar segredo de outras galáxias São Paulo (Sucursal) - Energias sob forma de irradiações cósmicas, provenientes de outras galáxias, estão sendo detectadas no Alto de Chacaltaia, a 5200 metros de altitude, nas proximidades de La Paz, onde a equipe do físico brasileiro César Lattes, em colaboração com os cientistas bolivianos, vem realizando pesquisas há mais de 30 anos. A comprovação científica da origem extragalaxial dessas energias ainda está em discussão entre cientistas do mundo inteiro, que se apegam a modelos teóricos e recusam-se a aceitar a evidência experimental das pesquisas. O professor César Lattes entretanto acredita que até o final desse ano os resultados obtidos por sua equipe serão finalmente aceitos. [...]" | Jornal do Brasil, 28 jul. 1974 |
21 | "Partícula "Nova" é como "Mirim" São Paulo (Sucursal) - A "nova" partícula atômica, observada recentemente em Frascati, Brookhavene Stanford e divulgada como descoberta por uma equipe de cientistas americanos, tem propriedades bastante similares à chamada bola de fogo "mirim", cujo registro foi realizado em 1967, pelo físico brasileiro César Lattes, que também determinou o seu conjunto de propriedades e comportamento. [...]" | Jornal do Brasil, 26 dez. 1974 |
22 | "ENERGIA ATÔMICA UMA VELHA HISTÓRIA DO BRASIL ESTA história pode começar pelo memorando do Almirante Álvaro Alberto, ao Governo brasileiro, em 25/11/1947: "É minha convicção de que nos encontramos em face de um dilema decisivo e irrecorrível: ou nos preparamos para tomar posse de nossas riquezas naturais - no caso específico atômicas - ou nos veremos constrangidos ao espetáculo degradante de assistirmos, impotentes, à evasão delas, por bem ou por mal". [...] Afinal, em 15 de janeiro de 1951, pela Lei 1310, foi criado o Conselho Nacional de Pesquisas. Sua organização, três anos mais tarde, seria elogiada pelo cientista Robert Oppenheimer, como o caminho certo para o desenvolvimento de um programa nuclear. O Almirante Álvaro Alberto foi nomeado seu presidente. Logo no Art. 4.º da Lei que criava o Conselho, estava a proibição à exportação, por qualquer forma, de uranio e tório e seus compostos, salvo de Governo a Governo, ouvidos os órgãos competentes, que seriam o próprio CNPq, o Conselho de Segurança Nacional, e o Estado-Maior das Forças Armadas. Era a vitória do ponto-de-vista de um grupo, entre os quais devem ser citados o então Ministro das Relações Exteriores, João Neves da Fontoura, o chefe da delegação brasileira à ONU, Embaixador João Carlos Muniz, e os Embaixadores Osvaldo Aranha e Paulo Leão Veloso. E ainda cientistas como Marcelo Damy, Cesar Lattes e outros. [...]" | Jornal do Brasil, 8 jun. 1975 |
23 | "Uma política nuclear [...] Desde Cesar Lattes e Leite Lopes, não nos faltam especialistas em Física Nuclear. O problema está apenas em lhes fornecer todos os recursos de que precisem, para as descobertas que hão de vir, como fruto de um trabalho continuado e perseverante. Em matéria de tecnologia, não basta encontrar um caminho, sobretudo quando o existente se revela, senão antieconômico, pelo menos difícil e dispendioso, como é o caso do enriquecimento do uranio, para se transformar em matéria fértil ou físsil. [...]" | Jornal do Brasil, 6 jul. 1975 |
24 | "Prêmio Moinho Santista é dado a Lattes e G. Cilento São Paulo - O Grande Júri do Prêmio Moinho Santista, em sessão plenária realizada ontem no Palácio da Justiça, outorgou o prêmio deste ano, em Física, ao cientista César Lattes e, em Química, a Giuseppe Cilento. Os dois vencedores não tiveram um trabalho específico em julgamento, mas todos os que realizaram até hoje. [...]" | Jornal do Brasil, 9 ago. 1975 |
25 | "Paulo Egydio preside entrega de Prêmios Moinho Santista a Lattes e Cilento São Paulo - O físico Cesar Lattes (representado pelo Reitor da Universidade de Campinas) e o químico Giuseppe Cilento receberam ontem, em solenidade presidida pelo Governador de São Paulo, Sr Paulo Egydio Martins, os prêmios Moinho Santista, entregues a personalidades de destaque nas ciências, artes ou letras. O Reitor da Unicamp, Sr Zeferino Vaz, explicou a ausência de Lattes à solenidade "por estar neste momento em congresso internacional onde se discutem alguns de seus mais recentes trabalhos." O Químico Cilento, da USP, disse ver "nesta láurea uma forma de premiar também a escola que meus mestres iniciaram e tanta influência tem nos setores científicos, educacionais e industriais do país." [...]" | Jornal do Brasil, 1 out. 1975 |
26 | "LATTES E O ACORDO Se o mineiro (Boa Esperança) Freire-Maia vai aos baianos com seus estudos de genética, o curitibano César Lattes, hoje na Universidade de Campinas, dá em Natal opiniões contundentes sobre o acordo nuclear com a Alemanha. Falando do que conhece, como físico, Lattes considerou dispensável o acordo [...]" | Diário do Paraná, 25 nov. 1977 |
27 | "César Lattes é contra programa nuclear do Brasil NATAL - Para o cientista Cesar Lattes, da Universidade de Campinas, "no Brasil há coisas mais importantes para se fazer do que executar o acordo nuclear feito com a Alemanha, que eu acho que não vai resolver nada. Pelo contrário, aqui no Nordeste nós sabemos existir grande potencialidade hidrelétrica, que é barata e limpa, e não cara e suja como a pretendida pelo Brasil". O cientista César Lattes se encontra em Natal, como representante da Unicamp, para observar os trabalhos realizados pelo Departamento de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. [...]" | Diário do Paraná, 25 nov. 1977 |
28 | "Lattes premiado pela OEA WASHINGTON - O cientista brasileiro Cesar Lattes ganhou ontem o Prêmio de Ciências "Bernardo Houssay", de 1978, em reconhecimento por suas contribuições no campo no campo da física atômica e nuclear na América Latina. O prêmio de 30 mil dólares foi criado em 1972 pelo Conselho Interamericano para a Educação, Ciência e Cultura, organismo da organização dos Estados Americanos (OEA), para perpetuar a memória do cientista argentino Bernardo Houssay, que recebeu o Prêmio Nobel de Fisiologia, em 1947, por seu descobrimento do papel da glândula pituitária no metabolismo do açúcar. [...]" | Diário do Paraná, 2 ago. 1978 |
29 | "Prêmio a César Lattes no Chile SANTIAGO - O professor Cesar Lattes, do Brasil, recebeu ontem o prêmio científico Bernardo Houssay, por suas contribuições para o estudo da física nuclear. [...] Recebeu o prêmio, em nome de Lattes, Armando Dias Mendes, do Ministério da Educação. Lattes, durante a década de 1940, participou dos grupos, de pesquisa que descobriram a subpartícula Pi-meson." | Diário do Paraná, 23 set. 1978 |
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