Em tempo, neste dia em que o nosso Patrono, Plínio Süssekind Rocha, completa 50 anos de morte, uma das indicações de leitura deste mês de agosto é a sua tese de cátedra A Mecânica de d’Alembert. Conheça um pouco mais sobre Plínio e sua tese.
O livro A Mecânica de d’Alembert é a tese do concurso de Plínio Süssekind Rocha para
Professor Catedrático da Faculdade Nacional de Filosofia (FNFi) da Universidade do Brasil (atual UFRJ). O texto foi escrito em 1962 e publicado pela FNFi. A tese não resultou em alteração imediata em sua situação funcional. Apenas em 1968, em portaria do dia 28 de junho, foi declarado Professor Catedrático estável, no cargo que ocupava interinamente desde 1942. A tese de Plínio foi redigida com a colaboração de seus alunos Luciano Videira, Jorge André Swieca e Wilson Lagalhard, dada a resistência de Plínio em escrever e publicar artigos e livros. Segundo Pinguelli Rosa a tese de Plínio pretendia “não um retorno a d’Alembert, mas formula um esquema teórico da Mecânica usando a noção de vínculo como primitiva da teoria, dispensando assim a necessidade da força de ligação. [...] A força é introduzida na tese a partir do impulso.” Uma análise mais detalhada de sua tese ainda está por ser feita.
Plínio Süssekind Rocha (Rio, 22 de dezembro de 1911 – 17 de agosto de 1972) formou-se em Engenharia Civil (1933) e teve papel importante na formação das primeiras gerações de físicos e matemáticos no Rio de Janeiro, entre 1934 e 1972. Foi professor de física do ensino secundário e Professor Catedrático (interino) de Mecânica Racional, Mecânica Celeste e Física Matemática na FNFi, entre 1942 e 1969. Influenciou muitos alunos nas sendas de física e da filosofia da ciência, como Jorge André Swieca, Elisa Frota-Pessoa, Neusa Amato, Sarah de Castro Barbosa, Luciano Videira, Alexandre Sergio da Rocha, Ennio Candotti e Luiz Pinguelli Rosa. Plínio era aficionado pelo cinema e estimulou jovens que se tornaram cineastas ou críticos como Joaquim Pedro de Andrade e Paulo Emílio Sales Gomes. Foi o principal responsável pela preservação e recuperação do filme “Limite” (1931) de Mário Peixoto, na década de 1950/60, junto com Saulo Pereira de Mello, seu discípulo. Em 28/04/1969, Plínio foi aposentado compulsoriamente pelo AI-5, com quatro colegas físicos do Instituto de Física da UFRJ, e faleceu três anos depois.
A tese de Plínio pode ser acessada para leitura e download na Base Minerva. Clique aqui para baixar a tese.
O Curso de Física Teórica, conhecido como “Landau-Lifshitz”, é uma série de dez volumes 
que cobrem boa parte da física teórica. Foi iniciado por Lev Landau e escrito em colaboração com seu aluno Evgeny Lifshitz a partir do final dos anos 1930. Os primeiros oito volumes foram terminados e publicados nos anos 1950. Os últimos dois volumes foram escritos no início dos anos 1980 e tiveram também a colaboração de Vladimir Berestetskii e Lev Pitaevskii. Esta série ambiciosa de livros didáticos de física foi escrita para o nível final da Graduação e inicial de Pós-Graduação. Esses livros ainda são considerados inestimáveis, foram traduzidos em diversas línguas e continuam a ser amplamente utilizados. São mostrados aqui os dois primeiros livros da série, Mecânica e Teoria Clássica de Campos, que estão entre os de maior sucesso da série e que ainda são usados em cursos de Graduação e PG em física no mundo todo.
Lev Davidovich Landau [Baku (Azerbaijão), 1908 - Moscou, 1968] foi um excepcional físico soviético, com contribuições fundamentais em muitos domínios da física teórica. 
Estudou física na Universidade Estatal de Leningrado e na Europa Central, entre 1929 e 1931, tendo trabalhado com Bohr, Dirac e Pauli. Entre 1932 e 1937 foi professor no Instituto de Física e Tecnologia de Cracóvia. De 1937 a 1962 dirigiu a Divisão Teórica do Instituto de Problemas Físicos, em Moscou. Foi preso pela polícia de Stalin, entre 1938 e 1939, tendo sido solto pela ação firme do físico Piotr Kapitsa. Teve papel de destaque na construção da bomba de hidrogênio soviética. Suas pesquisas cobriram um campo extenso na física: teoria quântica do diamagnetismo, teoria da superfluidez, transições de fase de segunda ordem, supercondutividade, física dos plasmas, eletrodinâmica quântica e muitas outras. Landau recebeu o prêmio Nobel de Física em 1962 “por suas teorias pioneiras sobre matéria condensada, especialmente hélio líquido”.
Evgeny Lifshitz [Cracóvia (Ucrânia), 1915 - 1985] foi um importante físico soviético. Fez contribuições valiosas para a Relatividade Geral e a eletrodinâmica quântica, em particular no estudo da força de Casimir.
