Caricatura de José Leite Lopes, de autoria do prof. Vitorvani Soares, que faz parte da exposição
A Biblioteca Plínio Süssekind Rocha do Instituto de Física da UFRJ abre nesta terça-feira (06 nov.), às 14h, com um café simbólico, a singela exposição em homenagem ao centenário de nascimento do professor, cientista, escritor e artista José Leite Lopes, comemorado no último dia 28 out. 2018.
A exposição é temporária, e ficará aberta até o dia 13 dez., podendo ser visitada de segunda a sexta, das 08h30 às 20h30.
A intenção é apresentar um pouco da trajetória de Leite Lopes, e divulgar algumas das suas mais importantes obras, assim como desenvolver uma consciência de preservação da história da ciência e valorização da memória da física no Brasil.
A mostra reúne livros publicados por Leite Lopes ao longo da sua carreira, além de uma tela pintada por ele e o cartaz da aula magna proferida pelo professor em 2005, que deu origem a uma edição comemorativa dos 85 anos da UFRJ.
Também integra a exposição trabalhos artísticos do professor Vitorvani Soares, que produziu uma caricatura do Leite Lopes e também do nosso patrono Plínio Süssekind Rocha, além de ilustrações de outros grandes cientistas.
Nascido em 1918 no Estado de Pernambuco, José Leite Lopes destacou-se como pesquisador na área de física teórica, especializado em teoria quântica de campos e física de partículas. Como cientista, Leite Lopes ajudou a articular a criação de diversas instituições importantes de pesquisa, como o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF); a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN); o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq); e a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP).
Foi também presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência e diretor pro tempore do Instituto de Física da UFRJ, tendo ajudado na formação inicial do acervo de nossa biblioteca, através de verba recebida da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) para aquisição de livros e periódicos. Além de trabalhos científicos originais, escreveu livros sobre física atômica, equações relativísticas e eletrodinâmica. Como educador, esteve sempre imbuído de responsabilidade social na divulgação da ciência.
Leite Lopes combateu a ditadura, e foi também segundo sua filha Angela, pintor autodidata, atividade que deu início quando ainda morava numa pensão em Santa Teresa, onde teve contato com diversos artistas como o famoso casal Arpád Szenes e Maria Helena Vieira da Silva, com diversas telas de sua autoria, Leite pintou até o fim da vida. Faleceu no dia 12 jun. 2006, no Rio de Janeiro.
“Um dia, esse clima de desconfiança e desestímulo vai desaparecer.” (José Leite Lopes, 2006).
